O motorista que trabalha com o transporte de cargas sabe que o cuidado com os materiais é indispensável. O transporte não diz respeito apenas aos veículos, mas, também, ao gerenciamento da frota, ao planejamento, ao acompanhamento e à análise de todas as atividades que acompanham o transporte.

Curso

O motorista que trabalha com o transporte de produtos perigosos deve ter no currículo, além da carteira de habilitação e das qualificações da legislação de trânsito, o curso de Movimentação e Operação de Produtos Perigosos (MOPP). Esse curso faz parte da Resolução Contran nº 168/2004.

O presidente da Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Paraná (Fetropar), João Batista da Silva, explica que esse treinamento é oferecido pelo Instituto São Cristóvão (ISC) e tem duração de 50 horas.

“Nesse curso, os alunos aprendem a identificar os riscos ao transportar produtos perigosos. Eles também saem preparados para adotar medidas de segurança durante todo o trajeto de transporte da carga. Isso permite que haja maior segurança, tanto para os trabalhadores como para a sociedade em geral”, analisa.

Cuidados

Quando o material transportado é perigoso ou “sensível”, os cuidados devem ser maiores ainda. Algumas dicas são imprescindíveis para que o motorista consiga realizar o transporte de maneira segura e eficiente. A carga, por exemplo, precisa ser acomodada de maneira uniforme sobre todos os eixos. A parte mais pesada precisa ficar no meio. Esse procedimento evita que o caminhão fique com excesso de peso somente em um dos lados e diminui os riscos de tombamentos.

Cada tipo de carga exige um veículo específico. O transporte de postes, toras ou tubos, por exemplo, não deve ser feito por caminhões que não tenham dimensões apropriadas para cargas longas. Caso contrário, isso pode gerar instabilidade no caminhão, causar danos na carga e, até mesmo, acidentes.

O veículo no qual o transporte será realizado também precisa estar em boas condições. Caminhões antigos estão mais propensos aos riscos de acidentes, como derrubamento de cargas. Sem contar, também, que eles causam poluição maior ao meio ambiente.

Assim como o veículo precisa estar em perfeitas condições, o motorista também deve ser orientado e treinado sobre os riscos na estrada. É importante que a empresa ofereça treinamento voltado à prevenção de acidentes e roubos. Além disso, as pausas para descanso necessitam ser cumpridas à risca, para que o funcionário esteja em perfeitas condições físicas e psíquicas para trabalhar com segurança e qualidade.

Cuidado redobrado no transporte de produtos perigosos

Mas, e se o transporte for de produtos perigosos, será que o trabalhador está por dentro do assunto? Antes de qualquer coisa, é preciso diferenciar o transporte de carga perigosa do de produtos perigosos. O primeiro diz respeito a toda carga que é transportada de forma mal

acondicionada ou inadequada. Já o segundo é aquele que, durante todo o trajeto, apresenta riscos à saúde das pessoas, à segurança pública e ao meio ambiente.

O motorista também precisa de capacitação para que a probabilidade de acidentes diminua. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) não exige um tipo de licença específica, mas recomenda que o motorista esteja inscrito no Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Carga (RNTRC). Outros documentos que trazem segurança ao condutor são o Certificado de Inspeção para o Transporte de Produtos Perigosos (CIPP), o Certificado de Inspeção Veicular (CIV) e a nota fiscal do produto transportado.

Fonte: Fetropar