Depois de perder o emprego, o brasileiro demora, em média, um ano e dois meses para conseguir um novo trabalho. Isso é o que revela a pesquisa “O desemprego e a busca por recolocação profissional no Brasil”, realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

A procura por uma nova ocupação acaba se tornando uma corrida contra o relógio, gerando angústia no trabalhador, pois quanto mais tempo fica fora do mercado, mais difícil é para se recolocar.

O presidente do Sinttrol, João Batista da Silva, afirma que essa situação gera o crescimento da informalidade, com contratações sem carteira assinada e, portanto, mais precárias. “Esse trabalhador, desesperado pela falta de emprego, acaba aceitando as vagas que não oferecem garantias e benefícios, além de não permitirem a contribuição previdenciária, ou seja, está totalmente desprotegido”, destaca.

A fragilidade do empregado também ficou evidente pelo estudo do SPC, pois 61% dos desempregados disseram estar dispostos a receber menos do que ganhavam no último emprego. Entre as justificativas está a importância em retornar ao mercado de trabalho, citada por 23% dos entrevistados, e a necessidade de pagar despesas, declarada por 22%.

Reforma Trabalhista agrava desemprego

A Reforma Trabalhista de Temer, em vigor desde novembro, prometia aumentar o número de empregos. No entanto, passados mais de quatro meses, houve redução do número de postos formais e a taxa de desemprego se manteve alta, contabilizando mais de 12 milhões de pessoas, segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Além disso, dados do Ministério do Trabalho (MTb) mostram que foram registradas mais de 11 mil demissões em comum acordo entre entre novembro e dezembro. Nesse caso, o trabalhador perde o direito ao seguro-desemprego e ganha só metade do aviso prévio e da multa do FGTS.

“Por isso o Sinttrol tem lutado contra o cenário de retrocessos do governo Temer. Se algum trabalhador se sentir pressionado a assinar qualquer acordo na hora de demissão, deve procurar imediatamente o sindicato para que possamos analisar o caso e tomar medidas para proteger esse trabalhador”, salienta João Batista.

Fonte: Sinttrol