Já estamos em 2017, e a desigualdade de gênero ainda é motivo para preocupação. Uma empresa especializada em recrutamento conversou com algumas profissionais para saber o que elas ainda ouvem no ambiente de trabalho.

Das 300 entrevistadas, 66% afirmaram já ter sofrido preconceito no trabalho, 60% ouviram comentários preconceituosos e 47% tiveram suas habilidades questionadas em um momento de crise.

Para quem não acredita na desigualdade de gênero, um levantamento do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), de 2015, constatou que mulheres com os mesmos cargos e trajetórias semelhantes ganham 34% menos que os homens. Para cargos executivos, a diferença chega a 50%.

O Caged também apontou que, quanto maior o grau de escolaridade, maior a diferença salarial entre os gêneros. Ou seja, mesmo para aquelas que conseguem uma formação acadêmica, ainda assim ganharão abaixo do que um homem ganharia.

De acordo com o Relatório de Desigualdade Global de Gênero 2016 do Fórum Econômico Mundial, o Brasil teve um avanço com relação à igualdade de gênero. Porém o caminho ainda é longo para botar fim a essa injustiça.

Segundo o relatório, entre 144 países avaliados, o Brasil ocupa a 129ª posição com relação à igualdade salarial de homens e mulheres. Até mesmo países como Irã e Arábia Saudita, reconhecidos por violarem os direitos das mulheres, ficaram à frente no Brasil.

Ainda com relação ao salário, as brasileiras ganham, por ano, US$ 11,6 mil. Já a renda média dos homens brasileiros é de US$ 20 mil.

Outros direitos

A pesquisa também constatou que para equiparar as condições financeiras de homens e mulheres, serão necessários 95 anos – se o atual ritmo for mantido. Se levar em consideração outros quesitos como educação, saúde e política, o Brasil levará cerca de 104 anos para igualar as condições de gênero.

Mas as diferenças não param por aí. Elas também são minoria no mercado de trabalho, sendo que apenas 62% das mulheres estão empregadas, enquanto os homens somam 83%.

“A luta pela igualdade de gênero é essencial, pois as mulheres ainda são privadas de diversos direitos já consolidados para os homens. Além disso, as mulheres ainda são vítimas da violência, do preconceito e do assédio”, afirma o presidente do Sindeesmat, Agisberto Rodrigues Ferreira Junior.

“Precisamos mudar essa realidade e acabar com essas injustiças. Enquanto as mulheres não tiverem direitos básicos, como a equiparação salarial, não poderemos dizer que somos uma sociedade avançada”, conclui.

Fonte: Sindeesmat