Os ventos da flexibilização dos direitos estão cada vez mais próximos dos trabalhadores. Se eles não forem contidos, os resultados se tornam evidentes na hora de negociar a data-base da categoria.

Para analisar os andamentos das negociações coletivas e as perspectivas que os rodoviários terão para os próximos anos, a Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Paraná (Fetropar) e o Instituto São Cristóvão (ISC) organizaram o XVI Seminário Preparatório para as Negociações Coletivas.

O desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região, Cássio Colombo, fez a abertura do evento e destacou como o cenário de crise econômica pode afetar o sistema Judiciário e o próprio sindicalismo.

A atual conjuntura política, conforme explicação do desembargador, relembra a do passado. Se as federações e os sindicatos já tinham responsabilidade, hoje essa responsabilidade é ainda maior. Por isso, os dirigentes precisam estar preparados para as negociações coletivas.

“Se não houver resistência, vai passar políticas de ajuste fiscal, reforma da Previdência negociado sobre o legislado e outras”, comentou.

O Poder Judiciário também tem um papel relevante nesse momento, pois muitas das decisões que afetam os trabalhadores, por exemplo, provêm das ações da Justiça do Trabalho. Por isso, os sindicatos precisam fazer política junto aos Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs).

“Hoje, o Judiciário está muito aberto para ouvir a sociedade. Por isso, é preciso provocar a audiência pública, pois isso faz parte do sistema democrático de direito”, avaliou.

Fonte: Fetropar