Unidade incluídas na venda estão no Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia e Pernambuco
Em notícia divulgada na manhã desta quinta-feira (19) no Portal Petrobras, a direção da empresa comunicou os funcionários que irá vender 60% das refinarias Presidente Getúlio Vargas (Repar-Paraná), Abreu e Lima (RNEST-Pernambuco), Landulpho Alves (RLAM-Bahia) e Alberto Pasqualini (Refap-Rio Grande do Sul). A operação da estatal ficaria mantida apenas nas unidades de refino do Sudeste.
O modelo de privatização inclui os chamados ativos logísticos (dutos e terminais) administrados pela Transpetro. Segundo informe da empresa, o modelo ainda não foi apreciado formalmente pela Diretoria Executiva ou Conselho de Administração.
Pedro Parente, presidente da Petrobras, e os diretores Ivan Monteiro, Jorge Celestino e Eberaldo de Almeida Neto, fez uma transmissão interna à categoria na tarde desta quinta para explicar a privatização.
Para o presidente do Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro), Mário Dal Zot, apesar de todo o esforço da direção em tentar emplacar a venda como uma ação necessária para atrair investimentos e mitigar riscos, a privatização de grande parcela do parque do refino nacional nada mais é do que uma parcela do golpe em curso no país. “Alcançar o poder sem o endosso do sufrágio universal tem um preço e sabe-se que ele é demasiadamente alto, talvez até impagável”, afirma.
Desde sua fundação, a Petrobras é alvo da cobiça do mercado. Atravessou períodos problemáticos da história do país, como o suicídio de seu criador Getúlio Vargas e diversos anos de governos neoliberais referendados pelo voto popular. “Em todos esses momentos, a resistência da categoria foi fundamental para manter a companhia como patrimônio nacional”, explica Dal Zot.
Luta contra a privatização
A oficialização da privatização do parque de refino nacional causa revolta na categoria petroleira, mas não surpreende. A Petrobrás esta em evidência na mídia desde o início da Operação Lava Jato e, a partir daí, a empresa passa por um processo de venda de ativos e desinvestimentos. “É a principal vítima do golpe e a cereja do bolo para o mercado financeiro internacional”, disse o presidente do Sindicato.
O processo de privatização da Petrobras já abocanhou as subsidiárias Liquigás e BR Distribuidora, bem como grandes áreas do Pré-Sal. Agora bate à porta das refinarias, dutos e terminais. Em âmbito regional, o modelo anunciado nesta quinta-feira atinge a refinaria de Araucária (Repar), os terminais aquaviários da Transpetro de Paranaguá (Tepar) e de São Francisco do Sul-SC (Tefran), os terrestres de Biguaçu, Guaramirim e Itajaí, todos em Santa Catarina, além dos Oleodutos Opasc, Olapa e Ospar.
Ao que tudo indica, o processo de privatização do refino não será tarefa fácil para os gestores da Petrobras. A categoria petroleira promete resistir para evitar a abertura de mercado. “Já estamos debatendo as formas de ação para impedir a privatização, inclusive com indicativo de greve nacional na companhia. Agora é resistir e lutar até vencer”, concluiu Dal Zot.
Edição: Ednubia Ghisi
Fonte: Brasil de Fato