A Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) divulgou nesta terça-feira (9) o último boletim do período epidemiológico da dengue de 2015/2016. E o resultado é bastante negativo. Foram confirmados 56.351 casos da doença, 61 mortes e 90 cidades em epidemia.

A estatística ainda pode mudar, pois ainda há casos suspeitos em análise no Laboratório Central do Estado (Lacen). “São os maiores números já registrados no Paraná

[desde 2001, quando a Sesa começou a monitorar mais de perto a doença]. Tivemos uma situação de epidemia que superou 2012/2013″, afirmou Ivana Belmonte, chefe do Centro de Vigilância Ambiental da Sesa.

Iniciar um novo período de monitoramento, segundo Ivana, é importante para identificar um aumento de casos. “Com esse monitoramento podemos acompanhar um provável início de epidemia. Em município pequeno, por exemplo, o crescimento de quatro ou cinco casos de uma semana para outra já é um indício de alerta”, disse.

Os boletins epidemiológicos mostram um avanço da doença no Estado. “A dengue não tem mais aquele perfil de uma epidemia a cada três ou cinco anos como imaginávamos. Os casos vêm aumentando ano a ano”, comentou. Segundo ela, um dos fatores para essa proliferação é a dificuldade em eliminar os criadouros. “O mosquito está domiciliado e tem mostrado capacidade para se adaptar. Por isso, é importante continuar vigilante e manter as casas livres de criadouros.”

A campanha de vacinação contra a dengue, que começa no sábado (13) em 30 municípios paranaenses, é mais uma estratégia para controlar a doença. “É uma estratégia a mais, mas não podemos nos descuidar do mosquito”, alertou Ivana. A meta é vacinar 500 mil pessoas até o dia 3 de setembro.

A expectativa da Sesa com a vacinação é reduzir o número de óbitos. Os estudos apontam que a vacinação, apesar de ter eficácia entre 65% e 70%, diminuiu os casos de internação e mortes. “Foi o ano com mais óbitos, o que é bastante preocupante, mas estamos confiantes que com a introdução da vacina teremos uma redução dos casos fatais.”

Microcefalia 

A Sesa está discutindo novas estratégias para trabalhar o Plano Nacional de Enfrentamento da Microcefalia no segundo semestre. Os agentes de endemias e de saúde continuam as ações de vistoria das residências. A meta é vistoriar 100% dos imóveis.

O trabalho vai contar com apoio do Exército em novembro e dezembro. “Vamos contar eles para intensificar as ações na entrada do verão”, ressaltou a chefe do Centro de Vigilância Ambiental. Uma nota técnica de orientação aos profissionais de saúde está em elaboração e deve ser divulgada nos próximos dias.

Segundo o boletim epidemiológico, o número de casos de zika confirmados no Estado subiu para 335 e o de chikungunya aumentou para 73. “A nossa intenção é pensar estratégias para reduzir o risco de circulação do vírus.”

 

Fonte: Folha de Londrina