Ao comentar a tramitação da reforma trabalhista, o senador Paulo Paim (PT-RS) declarou em Plenário nesta terça-feira (4) que o conjunto de medidas é “truculento, pesado e desproporcional” de uma forma jamais vista desde a ditadura militar de 1964. Ele afirmou que as reformas foram elaboradas construídas para beneficiar os empresários e, citando as denúncias envolvendo o presidente Michel Temer e seus assessores, contestou a legitimidade do governo para apresentar tais propostas.
O senador disse acreditar que os deputados não leram o texto da reforma trabalhista quando o aprovaram, e lamentou a aprovação do regime de urgência na tramitação da proposta no Senado. Paulo Paim cobrou uma análise apurada do texto, sob pena de o Senado abrir mão de seu papel de legislar.
– O Senado deu uma de Pôncio Pilatos: ‘Não sei, não li, não vi, mas voto a favor’. É mais ou menos isto, porque é impossível que em um projeto dessa grandeza os Senadores não possam mudar uma vírgula, um ponto – dise o senador.
Paim afirmou que o texto “arrasa” a Justiça do Trabalho, reduz o poder fiscalizador dos sindicatos e expõe mulheres gestantes ao trabalho em áreas insalubres, além de retirar outros direitos dos trabalhadores que foram conquistados em décadas de luta.
Fonte: Agência Senado