A Reforma Trabalhista – sancionada em julho pelo governo Temer, que passa a valer a partir de novembro deste ano – deve causar impactos na saúde do trabalhador, refletindo a intenção de colocar os interesses empresariais acima da segurança dos empregados.
As estatísticas da Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontam que o Brasil é o quarto país com maior número de acidentes de trabalho, com aproximadamente 700 mil ocorrências por ano. Essa incidência tende a aumentar com a nova lei, que permite o limite de 48 horas semanais e a jornada 12×36 – antes exclusiva dos profissionais de saúde e segurança – para todas as áreas.
Esse tipo de jornada consiste em 12 horas de trabalho seguidas de 36 horas de descanso e pode causar estresse e exaustão física e mental, o que potencializa o risco de acidentes.
O presidente do Sinttrol, João Batista da Silva, destaca as consequências dessas medidas para o bem-estar dos trabalhadores. “O descanso é fundamental para manter o corpo e a mente saudáveis e para trabalhar de forma segura”, afirma.
Além de ampliar o risco de acidentes, o aumento da jornada de trabalho pode gerar um nível de estresse que desencadeia várias doenças, como gastrite, acidente vascular cerebral (AVC), insônia e hipertensão. Com a Reforma Trabalhista o tempo mínimo de almoço é reduzido para 30 minutos, mudança que compromete ainda mais as condições de trabalho.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) reforça que experiências de outros países que implantaram reformas trabalhistas – prevendo aumento de jornada – afetaram a segurança dos trabalhadores e reduziram as rendas.
Fonte: Sinttrol