O sistema antitravamento de rodas ABS (Antilock Brake Sistem) evita o travamento da roda dos veículos em casos de frenagens emergenciais. Além de garantir o controle do veículo, o dispositivo permite que o motorista desvie de obstáculos com mais segurança.
Diante disso, desde 2012 um projeto de lei (PLS 295/2012) tenta tornar obrigatória a instalação do dispositivo em todos os novos carros e motocicletas com mais de 300 cilindradas – e só agora parece estar perto de se tornar uma regra no Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
Segundo o presidente da Fetropar, João Batista da Silva, a aprovação do projeto é emergencial e vai de encontro a inúmeros casos de acidentes e fatalidades que acontecem diariamente entre veículos automotores.
Um estudo do Centro de Experimentação e Segurança Viária (Cesvi) expõe que, por ano, 490 vidas teriam sido salvas se o ABS estivesse instalado em toda frota do país entre 2001 e 2007. “Imagine se considerarmos até a data de hoje! Este é um dado que devemos ressaltar quando a defesa da vida é posta em discussão em um projeto de lei como este”, comenta.
Uma das controvérsias levantadas pelo projeto é o repasse do valor do dispositivo para os motoristas. No caso das motocicletas, por exemplo, a obrigatoriedade do ABS poderia chegar a custar cerca de 20% do valor de modelos populares.
No entanto, dados divulgados pela Cesvi demonstram que 91% dos motociclistas brasileiros já precisaram realizar uma frenagem de emergência e 86% deles concordam que essas situações críticas são muito perigosas e comprometem a segurança na direção.
O presidente da Fetropar reforça que há necessidade de novas medidas de segurança no Código de Trânsito do país. “Temos muito ainda o que avançar. Até 1998, por exemplo, não tínhamos a obrigatoriedade do cinto de segurança, e essa mudança já representou uma grande diminuição do número de mortes nos acidentes de trânsito. Acreditamos que a obrigatoriedade do ABS contribuiria na mesma direção, mas seria fundamental que as mudanças não onerassem o trabalhador”, defendeu.
Transferido como pauta para a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, o PLS ainda dependerá de análise para a aprovação.