Motoristas profissionais passam várias horas no volante. Muitas vezes, por conta dos prazos apertados, deixam de descansar e acabam dirigindo durante toda a madrugada, não dormindo as 8 horas necessárias para garantir sua atenção e disposição durante o trabalho.
Uma pesquisa realizada em 2017, pela Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), aponta que 20% de todos os acidentes de trânsito do país estão associados à sonolência. Cerca de 40% dos entrevistados dizem já ter feito zigue-zague na estrada e 50% admitiram ter dirigido com sono.
De acordo com o presidente do Sinttrol, João Batista da Silva, as empresas devem respeitar os horários de intervalo para descanso de seus funcionários, o que ajuda a garantir a segurança, a saúde e o bem-estar dos motoristas.
“Dirigir cansado e sem estar com o sono em dia, coloca não só a vida do trabalhador em perigo, mas a de outros profissionais e pedestres. A jornada de trabalho dos motoristas é regulamentada e não deve ultrapassar 8 horas diárias, com possibilidade de 4 horas extras. Todos os empregadores devem respeitar essa norma – prevista na lei 13.103/2015”, afirma.
Álcool e drogas
Muitas pessoas usam drogas estimulantes para se manter acordadas durante longas viagens. Além desse fator, o consumo de álcool ao volante afeta os sentidos e reduz os reflexos do profissional, aumentando os riscos de acidentes nas estradas.
Uma pesquisa realizada pelo SOS Estradas mostrou que 61% dos motoristas brasileiros afirmam já ter utilizado o rebite durante o trabalho. A substância, também chamada de anfetamina, estimula o sistema nervoso central e causa a impressão de diminuição da fadiga. Dor de cabeça, tontura e aumento da pressão arterial são os principais sintomas provocados pelo rebite.
Após 10 anos analisando o comportamento dos motoristas profissionais, o SOS Estradas concluiu que o rebite está, aos poucos, sendo substituído por drogas mais pesadas, como a cocaína, por exemplo. De acordo com o programa, esse cenário, além de colocar a vida dos trabalhadores em risco, acaba criando uma grande rede de distribuição do tráfico nas rodovias brasileiras.
Fonte: Sinttrol