No mês de maio, mais 392 mil famílias serão desligadas do programa, que já descredenciou mais de um milhão delas desde o golpe que levou o presidente ao poder.

 

Reprodução da Internet

 

Temer, aos 45 minutos do segundo tempo, tenta se apresentar como um governante preocupado com as políticas sociais, anunciando, às vésperas do Dia dos(as) Trabalhadores(as), o reajuste de 5,67% no Programa Bolsa Família. Até aí nenhuma novidade, pois o reajuste é uma ação praticada desde os governos do PT, com Lula foram três e com Dilma, dois.

Mas o mais importante é o que Temer não disse. No mês de maio, mais 392 mil famílias serão desligadas do Bolsa Família. No total, o governo golpista já retirou do programa mais de 1 milhão de famílias. Outro corte em massa aconteceu nos meses de junho e julho de 2017, quando 543 mil famílias foram cortadas.

O governo Temer, numa ação orquestrada pelo então Ministro do Desenvolvimento Social, deputado federal pelo Rio Grande do Sul, Osmar Terra (MDB), já entra para a história como a gestão mais nefasta nas políticas de assistência social. Uma gestão que fica marcada pela perseguição feroz aos mais pobres, denominada como “pente fino”, numa busca incessante para desligar famílias e reduzir o programa.

Somado aos desligamentos, o corte orçamentário da política de assistência social, que em algumas rubricas fundamentais como os Serviços de Proteção Social Básica e a Estrutura da Rede de Serviços de Atenção Básica chegaram a 99%, desmonta a possibilidade das famílias serem acompanhadas e até mesmo incluídas no Cadastro Único do Governo Federal, porta de entrada do programa.

Quando falamos do reajuste, temos que considerar que o benefício médio das famílias beneficiadas é de R$ 177,71, o reajuste chegará em média a R$10,00, passando para R$187,79. Nem perto de aliviar o aumento tão significativo do gás de cozinha, que obviamente pesa ainda mais no bolso das famílias mais pobres.

Quando falamos do desligamento em massa, temos que fazer um questionamento: como um país que tem quase 14 milhões de desempregados(as), onde o percentual de desigualdade de renda cresce em índices consideráveis e que despenca 19 posições na classificação correspondente à diferença entre ricos e pobres no ranking da ONU, tem condições de desligar famílias do programa?

A resposta é a lógica do Governo Temer: para os ricos, perdão de dívidas, redução de juros e multas, a grande festa do mercado; para os pobres, uma conta amarga de desmonte das políticas mais básicas de garantia da dignidade humana.

O Bolsa Família completa 15 anos em 2018, com um legado de mudança da vida para milhares de famílias e uma geração de crianças que cresceram longe da fome e da miséria extrema, além do reconhecimento internacional. Esses são motivos mais do que especiais para que a resistência se mantenha firme e a luta não esmoreça.

Nós temos lado. Seguiremos lutando por um Brasil que olha com respeito, seriedade e compromisso para as pessoas que mais precisam.

 

Fonte: Vermelho, 04 de maio de 2018[/fusion_builder_column][/fusion_builder_row][/fusion_builder_container]