O trabalho em escritório, embora aparente ser simples e seguro, também traz riscos à saúde dos profissionais. Os problemas estão espalhados por todo o ambiente.  Além do estresse que pode estar presente nesse local, a luz artificial e até mesmo o tipo de cadeira são fatores que podem comprometer a saúde dos trabalhadores.

Uma pesquisa realizada recentemente em algumas empresas mostra que mais de 1/3 dos empregados apresentam problemas de saúde decorrentes do trabalho. Ao contrário do que se pensa, não são apenas os trabalhos pesados que prejudicam a saúde. As atividades do conforto do escritório também trazem riscos.

Ficar muitas horas sentado é um dos principais problemas ocupacionais de quem trabalha em escritório. Esse comportamento contribui para o aparecimento de dores ou distúrbios musculares, diabetes, obesidade, câncer, doenças cardíacas e até mesmo a morte.

Quem trabalha oito horas ou mais sentado sabe o quanto é difícil manter uma postura correta. Uma dor aqui, outra ali. Ao final do ano, o trabalhador terá que procurar o médico para conseguir corrigir a postura. Por isso, é importante sentar-se o mais reto possível e prezar pela posição adequada. Quem costuma trabalhar debruçado na mesa também pode sofrer com dores musculares. Alguns dos problemas são artrite ou bursite.

Passar muitas horas olhando para uma tela pode danificar a visão, causar enxaqueca e dores de cabeça. A luz natural, como se sabe, é sempre preferível à luz artificial. Por isso, os trabalhadores do escritório devem estar atentos para que a tela não fique com reflexos de luz. A longo prazo, esse se torna um fator que cansa a visão e pode fazer com que o funcionário seja obrigado a usar óculos.

Doenças ocupacionais, como elas atingem os trabalhadores dos escritórios?

As doenças ocupacionais, de acordo com o presidente do Sindeesmat, Agisberto Rodrigues Ferreira Junior, aparecem de forma silenciosa e se tornam grandes vilãs contra trabalhadores em escritórios. Algumas delas só aparecerem após dez ou 15 anos de trabalho. Segundo ele, essas doenças são capazes de causar tamanho estrago que, em algumas situações, o funcionário não tem mais condições de voltar ao serviço.

As Lesões por Esforços Repetitivos (LERs), por exemplo, são provocadas por movimentos repetitivos ou posturas inadequadas. São as chamadas posturas antiergonômicas. Passar muito tempo escrevendo pode ser um dos fatores causadores da LER, que aparece como uma dor aguda nos pulsos e braços.

Outras doenças decorrentes do trabalho são as psicossociais. Depressão e outras de ordem emocional estão associadas, muitas vezes, à carga horária excessiva ou até mesmo à pressão sofrida no trabalho. Com o tempo, elas causam no funcionário um desânimo prolongado em relação à atividade profissional.

“Uma das formas de prevenir esses problemas é por meio das CIPAs (Comissões Internas de Prevenção de Acidentes). É ela que fiscaliza o uso dos EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), as condições de trabalho nos escritórios e o respeito às regras que preservam a saúde e a segurança dos trabalhadores”, comenta Agisberto.

Fonte: Sindeesmat