A viação Araucária Filial, última empresa que ainda não havia quitado o salário de dezembro dos funcionários, efetuou os pagamentos pendentes na manhã desta quinta-feira , encerrando a paralisação parcial do transporte coletivo de Curitiba, que começou na última terça-feira (12). Segundo a Urbs, que gerencia o sistema de transporte coletivo na capital, a normalização total da frota ocorreu por volta das 11h05.

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As empresas Araucária Filial e Redentor foram as únicas que não haviam pago os atrasados até o início da manhã. Por isso, o dia em Curitiba começou com operação parcial da frota destas Viações. Por volta das 9h45, a Redentor pagou seus motoristas e cobradores, que começaram a liberar na hora os ônibus até então inoperantes da garagem da empresa.

O destino da paralisação só foi traçado em nova audiência do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), na tarde de terça-feira, quando a Urbs se comprometeu a fazer um repasse emergencial de R$ 3,5 milhões às empresas, que alegavam não ter dinheiro para quitar as dívidas com os trabalhadores. Somados, todos os salários atrasados chegaram a algo em torno de R$ 4,5 milhões.

Greve prejudicou passageiros por três dias

A quarta paralisação em menos de um ano dos motoristas e cobradores de Curitiba atingiu nove das 11 empresas que operam o sistema em Curitiba. Com indicativo de greve aprovado desde o ano passado, após reunião no TRT, a categoria decidiu levar a greve porque boa parte não recebeu integralmente o salário, que deveria ter sido pago no dia 8 de janeiro. A maioria dos trabalhadores teve o pagamento depositado apenas nesta quarta (13).

No primeiro dia de paralisação, motoristas e cobradores não cumpriram com a ordem judicial que estabeleceu a circulação de frota mínima (50% no horário de pico e 30% nos demais horários), motivo pelo qual apenas 17% de todos os ônibus da capital circulou. No dia, a prefeitura mostrou que zeraram as atividades as empresas Redentor, Sorriso, Glória, CCD, São José e Araucária. Outras três mantiveram operação parcial: Expresso Azul, Tamandaré e Marechal (30%). Apenas as viações Santo Antônio e Mercês não interromperam a circulação de seus ônibus, pois já haviam pago os salários.

Ao longo destes dias, muitos passageiros arriscaram esperar a passagem de um ou outro veículo pelos terminais. No primeiro dia da greve, houve quem sequer conseguiu chegar ao trabalho. No dia seguinte, o cumprimento da ordem judicial por todas as empresas trouxe certo alívio àqueles que dependem do transporte público.

Alta da tarifa e fim da concessão são cogitados durante paralisação

Ao longo desta que foi a primeira greve do transporte coletivo de Curitiba em 2016, não passaram em branco cogitações acerca da elevação do preço da tarifa – alternativa quase certa para desafogar custos alegados por prefeitura e empresas – e o rompimento do contrato entre Urbs e as concessionárias que operam os coletivos da capital.

Na segunda-feira (11), em anúncio conjunto e exclusivo à Gazeta do Povo, as empresas e a Urbs admitiram que uma cisão é levada em conta por ambas as partes.

“Estamos buscando uma solução conjunta para solucionar de vez o problema, seja através de devolução da concessão, seja através de repactuação. Enfim, busca-se uma solução”, chegou a dizer Daniel Andreatta, diretor de transportes da Urbs.

Sobre o aumento no preço da passagem, a prefeitura admitiu ao blog Caixa Zero que pode trabalhar com uma tarifa de até R$ 3,80. O novo valor poderia passar a valer já neste mês de janeiro e representa uma negação por parte da Urbs de aceitar o aumento da tarifa técnica para R$ 4,02 – como teria sido sugerido pelos empresários.

Fonte: Gazeta do Povo