A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) disse nesta quarta-feira (16) que a responsabilidade fiscal, que supostamente seria a marca do governo de Michel Temer, não durou um ano, já que o governo anunciou o aumento da expectativa de déficit fiscal de R$ 139 bilhões para R$ 159 bilhões.

À época de Dilma Rousseff, uma medida como essa revelaria, conforme a então oposição, uma gastança irresponsável. Mas sob Michel Temer, os defensores do atual governo dizem que o aumento do déficit foi necessário por causa da “frustração da arrecadação”, lembrou a senadora.

Vanessa Grazziotin disse que a incapacidade de Temer de ajustar a economia gera consequências para os servidores públicos e os trabalhadores da iniciativa privada. Estes sofrerão com a possibilidade de redução no valor do salário-mínimo previsto para 2018. De acordo com a Lei de Diretrizes Orçamentárias, aprovada recentemente pelo Congresso Nacional, o valor deveria ser de R$ 979.

Mas o governo deve apresentar projeto para reduzir o mínimo para R$ 969, lamentou Vanessa Grazziotin. Já os servidores públicos, segundo ela, terão suspensos os aumentos aprovados já na gestão Temer.

— Querem propor um teto de R$ 5 mil para entrar no serviço público. Como é que um cardiologista vai entrar no serviço público? Quem mais vai sofrer com isso não são os marajás, quem mais vai sofrer com isso são os professores, são os profissionais da área da saúde. É isso o que eles estão fazendo. E, aliás, dizem também na cara-de-pau; ‘É melhor isso do que aumentar imposto’. Dobraram o PIS e o Cofins, um tributo sobre a gasolina, agora, no final do mês de julho.

Ao mesmo tempo que anuncia as medidas que prejudicam trabalhadores e servidores públicos, o governo não apresenta qualquer iniciativa para recuperar o dinheiro devido pelas grandes empresas à União, num total de um trilhão e quinhentos bilhões de reais, segundo o professor Heleno Torres, disse a senadora.

Fonte: Agência Senado