Uma campanha lançada nesta quinta-feira (17), na Câmara dos Deputados, chama a atenção para o nascimento de bebês prematuros no Brasil e as formas de evitar que isso aconteça. No País, segundo dados do Ministério da Saúde, o nascimento de prematuros (antes das 37 semanas de gestação) equivale a 12,4% do total de partos, o dobro do de países europeus.

“O parto prematuro é a principal causa da mortalidade infantil antes dos cinco anos. As razões podem ser diabetes durante a gestação ou tabagismo da mãe”, explicou a diretora da Associação Brasileira de Pais de Bebês Prematuros (Prematuridade), Denise Suguitani. Ela veio à Câmara inaugurar a campanha, que ocorre no Dia Mundial da Prematuridade, e pedir apoio de parlamentares a propostas relacionadas ao assunto. Outro pedido é para que o 17 de novembro seja oficialmente reconhecido como Dia da Prematuridade no Brasil.

Denise Suguitani alertou para o fato de que o parto prematuro pode acontecer sem dar sinais. Mas os sintomas podem incluir contrações, mudanças na secreção vaginal, dor lombar e cólicas menstruais, entre outros.

“Se tiver alguma dor, alguma secreção diferente, procure atendimento. A gente vai conseguir manejar e muitas vezes evitar que o bebê nasça antes de 37 semanas de gestação, quando ainda é considerado prematuro”, disse.

Licença-maternidade
Uma das proposições em tramitação na Câmara relacionadas ao tema é a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 181/15, do Senado, que permite uma licença-maternidade maior para a mãe de bebê prematuro, a contar da data de alta da criança do período de internação hospitalar. O texto ainda aguarda análise de admissibilidade na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara.

A deputada Carmen Zanotto (PPS-SC), que é enfermeira e apoiou a realização da campanha na Câmara, defendeu a proposta. “A licença-maternidade mais longa é para que a mãe possa estar efetivamente cuidando. A criança precisa ter acompanhamento com médicos especialistas, o bebê precisa ganhar peso. Se ele for bem acompanhado, as sequelas poderão ser bem minimizadas ou não haver nenhuma”, disse a parlamentar.

Conforme lembrou Zanotto, um bebê prematuro tem risco maior de desenvolver deficiência auditiva e visual, cardiopatias e problemas respiratórios e neurológicos. Daí a necessidade de acompanhamento durante a gestação e pós-parto com estrutura hospitalar.

Diretrizes
Outra proposta defendida por Denise Suguitani é o Projeto de Lei 742/15, do Senado, que estabelece diretrizes gerais sobre a política de atenção à prematuridade e ainda está em análise pelos senadores. “O texto trata do atendimento à gestante de risco, estabelece o direito dos pais à assistência psicológica durante a internação do bebê e ao acompanhamento 24 horas”, destacou a diretora da Prematuridade.

 

Fonte: Agência Câmara Notícias