A rotina na estrada geralmente é longa e estressante. Por isso, não é raro que, com o passar dos anos, os motoristas desenvolvam alguns problemas de saúde decorrentes do trabalho.

Existem algumas doenças ocupacionais — que recebem esse nome justamente por serem causadas pela ocupação do trabalhador — que são muito comuns entre a categoria e, portanto, precisam ser prevenidas e monitoradas com atenção especial.

Apneia do sono

Embora pareça um problema comum, roncar não é normal. Motoristas que sofrem do problema precisam consultar um especialista porque podem estar sofrendo de uma doença chamada apneia do sono.

Causada por sobrepeso, obstruções respiratórias, disfunções nas amígdalas ou tireoide, problemas cardiovasculares, ou mesmo pelo uso excessivo de medicamentos para dor, a condição pode levar a paradas cardíacas e causar sonolência excessiva, levando o motorista a dormir no volante.

Hérnia de disco

Como os rodoviários bem sabem, trabalhar na estrada consiste em passar longas horas sentado e nem sempre com a postura correta. Com isso, a categoria acaba sujeita a uma série de doenças relacionadas. A hérnia de disco é uma das mais comuns.

O problema é basicamente uma lesão na região lombar — a parte inferior das costas — e pode ser causada pela repetição excessiva de determinado movimento ou posição da coluna, obesidade e fatores genéticos. Fumar também é um fator de risco.

Além de ocasionar dores muito fortes nas costas e pernas, a longo prazo, a doença pode impedir o trabalhador de dirigir. Por isso, é preciso ter atenção redobrada à postura e à regulagem do banco do caminhão. Fazer pequenas caminhadas durante as paradas também é uma forma importante de prevenção.

Hepatite

A hepatite é uma doença grave — e muitas vezes fatal — que afeta o fígado e pode ser viral, bacteriana ou desenvolvida pelo uso excessivo de substâncias como álcool e certos medicamentos.

Os vírus e bactérias que causam a doença podem ser contraídos pela ingestão de alimentos contaminados ou por meio de relações sexuais desprotegidas. Os dois cenários, para muitos motoristas, não são incomuns durante o curso das viagens.

A manifestação do problema é silenciosa e não causa sintomas significativos em inúmeros casos. Como o diagnóstico é feito exclusivamente por exames de sangue, é imprescindível que o trabalhador visite um médico regularmente e solicite os testes para hepatite.

Hipertensão

Existem várias práticas no cotidiano das viagens que facilitam o desenvolvimento de um quadro de pressão alta, como trocar refeições por lanches gordurosos, exagerar no sal e passar muito tempo sentado. Outros fatores de risco são tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas, obesidade, histórico de doenças cardíacas e ter casos de hipertensão arterial na família.

O problema de saúde pode ter consequências graves, como infarto do miocárdio e Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC). O panorama é ainda mais sério porque, segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), estima-se que 50% dos hipertensos não saibam que têm a doença.

É fundamental que os motoristas que convivam com algum dos fatores de risco passem por consultas médicas regularmente para checar a situação. A checagem da pressão durante o dia a dia pode ser feita em farmácias e bancas oficiais do SBH que existem em pontos estratégicos de algumas rodovias, como restaurantes da rede Graal, shoppings e postos de gasolina.

Para os motoristas que já têm hipertensão diagnosticada, a recomendação é tomar os remédios corretamente e, se possível, investir em um aparelho de medição portátil.

Doenças cardiovasculares

Assim como no caso da hipertensão, hábitos relacionados ao sedentarismo, alimentação inadequada, cigarros e álcool também podem levar ao aparecimento de problemas cardíacos.

Para prevenir as doenças que afetam o coração, não tem jeito — o único caminho é manter hábitos saudáveis, ir ao médico regularmente e passar por exames pelo menos uma vez ao ano.

A questão precisa ser levada à sério. De acordo com dados da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), os problemas cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo. Estima-se que 300 mil brasileiros sejam vítimas fatais dessas doenças anualmente.

Sinttrol está junto com os trabalhadores na prevenção

Na visão do presidente do Sinttrol, João Batista da Silva, dar suporte à prevenção de doenças entre os trabalhadores representados pelo sindicato é uma prioridade. “Justamente porque sabemos que a rotina leva muitos motoristas a desenvolverem hábitos que não são saudáveis, temos uma preocupação muito grande em oferecer convênios com clínicas médicas e hospitais para os filiados. Também os incentivamos a usufruírem do benefício e se consultarem sempre que precisam”, comenta.

A lista de todos os profissionais de saúde conveniados está disponível aqui no site oficial da entidade. Acesse a página clicando aqui ou na aba Benefícios, no menu superior. Para emitir sua requisição de consulta, vá diretamente até a sede do sindicato. Todas as dúvidas sobre o procedimento podem ser solucionadas pelo telefone (43) 3322-2242.

Fonte: Sinttrol