Os direitos não caem do céu. A história mostra que eles são o resultado de grandes mobilizações dos trabalhadores. A jornada de oito horas por dia, as férias remuneradas e o 13º salário são apenas alguns dos avanços que a classe trabalhadora conquistou. Mas as tentativas de acabar com eles são cada vez mais comuns. Nessas situações, somente o fortalecimento dos sindicatos e a união dos trabalhadores podem barrar os retrocessos.

É aí que entra a importância da contribuição sindical, um imposto anual pago pelos trabalhadores à entidade que os representa. Ela garante a manutenção de grande parte da estrutura necessária para o desenvolvimento das ações em prol da categoria. Sem esse suporte o sindicato não tem força para enfrentar os empregadores, que são, na maioria das vezes, poderosos e organizados. Fortalecer o sindicato significa dar mais voz aos empregados nessa batalha tão desigual.

Mas, infelizmente, estamos indo no caminho contrário. O movimento sindical brasileiro está sofrendo uma série de ataques que têm o objetivo de enfraquecer as lutas e abrir brechas para a retirada de direitos. Os empregadores sabem que um sindicato desestabilizado tem menos condições de contestar os abusos e as irregularidades. Por isso, é crucial que o trabalhador reconheça a necessidade de fortalecer a entidade que o representa, participando não só com a contribuição sindical, mas também com apoio às mobilizações.

Reforma Trabalhista

Um dos golpes que os trabalhadores sofreram nos últimos meses foi a aprovação da Reforma Trabalhista. A nova legislação, que começa a valer a partir de novembro, diz que as negociações feitas entre os sindicatos e os patrões podem valer mais que a lei, mesmo quando os acordos decidem pela retirada de direitos. Esse cenário coloca mais um desafio para os sindicatos: com uma estrutura longe da ideal, as entidades vão ter que impedir que os empregadores ataquem os direitos mais básicos dos funcionários.

Para o presidente do Sinttrol, João Batista da Silva, é importante que os trabalhadores compreendam o papel do sindicalismo nesse momento delicado. “A nova legislação veio para enfraquecer os sindicatos e fortalecer os empregadores. Ela não foi aprovada por acaso, os empresários sabem muito bem que esse é o cenário ideal para a retirada de direitos. Por isso, ter uma entidade estruturada é o primeiro passo para a organização das nossas lutas. Só assim teremos força para barrar os retrocessos que os patrões tentarão impor aos trabalhadores”, afirma.

Fonte: Sinttrol