Deputados e especialistas debateram, nesta quinta-feira (24), as tendências para o Brasil até 2035, coletadas a partir de estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em parceria com a Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Planejamento e Orçamento (Assecor) e o Centro de Altos Estudos Brasil Século XXI.
O Projeto Brasil 2035 reúne quatro cenários possíveis e tem por base as percepções de futuro de especialistas nas áreas social, econômica, territorial e político-institucional. Segundo o diretor de Estudos e Relações Econômicas e Políticas do Ipea, Sérgio Florêncio, esse tipo de estudo norteia o planejamento de longo prazo em vários países.
Na análise dos propulsores do desenvolvimento econômico, a publicação destaca a bioeconomia – adição de valor a artigos naturais que, por meio da transformação, geram bioenergia, medicamentos, cosméticos e fibras industriais, entre outros itens.
“São processos envolvendo biotecnologia genômica, biologia sintética, bioinformática e engenharia genética, que são áreas estratégicas e envolvem tecnologia de ponta”, disse Edson Bolfe, coordenador de Inteligência Estratégica da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), estatal que participou do estudo.
Bolfe destacou ainda como tendências nessa área o aumento do uso de tecnologias que facilitam o aproveitamento da terra, como o plantio de duas safras por ano em um mesmo local, e o sistema de integração lavoura-pecuária-floresta, apontado pela Embrapa como estratégico para o agronegócio brasileiro, devido à importância do setor no Produto Interno Bruto (PIB). “Sem investimentos em relação a isso, não manteremos a mesma condição nos próximos anos”, comentou.
PPA
O debate sobre a publicação do Ipea, realizado na Comissão Mista de Orçamento, foi proposto pelo deputado Hugo Leal (PSB-RJ). “Trouxe esse tema para estimular a discussão sobre o Plano Plurianual de desenvolvimento do País”, disse.
Presidente da Assecor, Leandro Couto defendeu o debate sobre o tema. “É de se estranhar que não passou por esta Casa uma revisão robusta do Plano Plurianual. O governo está retirando da sociedade e do Parlamento a oportunidade de opinar acerca dos projetos de médio prazo. A gente só discute meta fiscal”, criticou.
Fonte: Agência Câmara Notícias