Na vida moderna, é quase impossível ficar distante das telas. Os smartphones, por exemplo, normalmente ficam ao lado da cama. A tela apita, as mãos e os olhos seguem diretamente em direção ao aparelho. Esse é apenas um dos destinos dos olhos, que costumam ficar “grudados” o dia todo na tela do computador, principalmente para os trabalhadores que atuam em escritórios.
Na frente do computador, os olhos precisam trabalhar em dobro, pois o número de piscadas diminui. Piscar é necessário, pois renova as lágrimas, que possuem a função de lubrificar e proteger os olhos.
Mas o trabalho em frente às telas, embora pareça inofensivo, pode se tornar um inimigo da saúde ocular. O uso prolongado do computador, sem pausa para descanso, faz com que os olhos fiquem vermelhos e secos, provoca dores de cabeça, problemas de audição, dores no pescoço e nas costas, fadiga e até mesmo dificuldade de se concentrar. Esses sintomas, se não tratados, podem levar a problemas mais sérios, que é a Síndrome da Visão do Computador, conhecida em inglês como Computer Vision Syndrome (CVS).
Essa Síndrome pode se manifestar durante ou depois do trabalho em frente às telas. É que o uso intensivo do computador também expõe os olhos aos raios ultravioletas. Um dos efeitos dessa exposição é a baixa produção no fluxo de lágrimas. Ao final do dia, o trabalhador pode sentir dores de cabeça, tontura e os olhos podem ficar vermelhos.
A CVS pode reduzir a produtividade e diminuir a qualidade de vida dos funcionários, principalmente daqueles que não fazem pausas entre as atividades. O ar-condicionado também colabora para o surgimento dos sintomas. Nesse caso, quem trabalha em um ambiente climatizado, está mais suscetível a apresentar a Síndrome.
O equipamento rouba o fluido corporal, até mesmo as lágrimas. Isso deixa os olhos mais secos. O problema tende a piorar para os profissionais que usam lentes de contato, pois a presença de um “corpo” estranho nos olhos exige maior lubrificação. Os trabalhadores que possuem artrite reumatoide e diabetes possuem, também, predisposição à diminuição nas lágrimas. Por isso, estão mais propensos a se sentirem incomodados diante da tela.
Segundo o presidente do Sindeesmat, Agisberto Rodrigues Ferreira Junior, independentemente do número de tarefas, os empregadores precisam respeitar o tempo de descanso e deixar que o funcionário trabalhe em um ritmo razoável.
“Essas pausas podem ser breves e incluir alongamentos. O resultado é mais satisfatório. A cada duas ou três horas, o funcionário pode se levantar e caminhar pelo escritório. Isso não compromete o trabalho e propicia qualidade de vida ao empregado”, comenta.
É importante, ainda, que a distância entre a tela do monitor e os olhos sejam de 60 centímetros. O monitor também deve ficar de 10 graus a 20 graus abaixo do nível dos olhos. A postura correta também contribui para que os olhos fiquem na direção certa. O brilho dos aparelhos pode ser diminuído para que os olhos não fiquem expostos à alta intensidade da luz.
Fonte: Sindeesmat