Utilizada por milhões de brasileiros, a motocicleta é um meio de transporte que traz benefícios como a economia de combustível e a praticidade. O lado contrário às vantagens, entretanto, vem mostrando cada vez mais a sua cara: o alto índice de acidentes de trânsito.

De acordo com a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), o medo causado pelos números pode estar diminuindo as vendas e até mesmo a produção de veículos.

Nos quatro primeiros meses de 2015, em relação ao mesmo período do ano passado, houve uma queda de 17,4% nas vendas. Já na fabricação no mês de abril, a queda foi ainda maior: 30,7% de 2014 a 2015.

A Agência Municipal de Transportes e Trânsito (Agetran) de Campo Grande (MS) justificou a queda nas vendas pelo medo dos cidadãos em relação às motos. A pesquisa foi feita na capital sul mato-grossense, mas seus resultados poderiam refletir a situação de outras cidades brasileiras.

Os números de fatalidades em acidentes são mais assustadores. Na capital do Mato Grosso do Sul, em 2015, 70% das mortes de trânsito foram relacionadas às motocicletas e 70% das indenizações por invalidez são pagas em função de acidentes com motos.

Como agravante da situação, em 2014, 41,2% dos 23 milhões de proprietários de motocicletas no Brasil não pagavam o Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT). A taxa do seguro obrigatório por proprietário de moto é de R$ 292,01, sendo o valor mais alto em função do maior índice de acidentes. Isso implica que a categoria que mais faz uso do DPVAT é a que mais apresenta inadimplência.

Outro elemento que contribui para o crescimento dos índices é a falta de fiscalização, que permite a circulação de veículos com falta de equipamentos de segurança e documentação, além da falta de habilitação dos motociclistas.

A fiscalização segura não teria como principal objetivo a apreensão e autuação de motoristas, mas sim a segurança e a preservação das vidas.

A conjunção de todos os fatores proporciona o aumento nos índices. Vidas se perdem no trânsito irresponsável e inconsequente. Enquanto isso, para os motociclistas acidentados, o resultado pode levar a duas tristes possibilidades: a invalidez ou mesmo a morte.

Fonte: Fetropar