Quem trabalha como motorista de caminhão sabe: a maior parte da jornada de trabalho é realizada sentado, fazendo movimentos repetitivos para controlar o veículo. Em longo prazo –ou nem tão longo assim –o corpo começa a reclamar. De acordo com um levantamento feito pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), 16% dos motoristas de transporte de carga sofrem com dores na coluna e problemas posturais.
Boa parte desses trabalhadores não convive apenas com a dor:outros sintomas citados na pesquisa foram fraqueza, inchaços musculares, sensação constante de peso nas pernas e incômodos lombares.
Na opinião do presidente do Sinttrol, João Batista da Silva, os dados expõem um cenário grave que acomete a categoria. “Em grande parte dos casos, as empresas não proporcionam condições adequadas para que os trabalhadores viagem com a postura correta, e nem se preocupam em repassar essas informações. É desumano e acarretará em problemas sérios de saúde para os motoristas no futuro”, alerta.
Prevenindo doenças
Os principais problemas de saúde relatados por motoristas de caminhão são a lombalgia e a lesão por esforço repetitivo (LER). Enquanto a primeira é uma lesão que afeta a parte inferior da coluna, a segunda consiste em um conjunto de danos e dores que podem atingir qualquer membro do corpo. Em rodoviários, podem se manifestar nas mãos e pernas, que executam movimentos repetitivos com maior frequência.
Ambos os transtornos são incapacitantes, ou seja, podem impedir que o motorista consiga trabalhar ou mesmo executar outras tarefas simples do diaadia. Por isso, combater o aparecimento desses problemas é fundamental!
Para preveni-los, é importante evitar os fatores de risco, como má postura, sedentarismo, realização de movimentos que requeiramforça excessiva, ou a não regulagem correta do assento enquanto dirige.
Também é crucial que o patrão proporcione um veículo com condições adequadas para a saúde postural do motorista. Componentes como pedais e volante precisam estar em bom estado para evitar que o condutor precise fazer um esforço muito grande, ou ficar em posições desconfortáveis, para manuseá-los.
A empresa também precisa oferecer bancos reguláveis e caminhões com pneus mais macios e direção elétrica ou hidráulica. Essas opções proporcionam mais conforto para o condutor.
“Já passou da hora dos empregadores se conscientizarem sobre a importância do cuidado com a ergonomia e seus impactos na saúde dos trabalhadores. Não é razoável que releguem ao motorista toda a responsabilidade de criar as próprias estruturas adequadas de trabalho, sem nenhum tipo de respaldo.”, defende João Batista.
Fonte: Sinttrol