Sujeitos a uma rotina de trabalho dura e estressante, dirigindo no trânsito caótico, ruidoso e com jornadas longas, os motoristas profissionais de caminhão e de ônibus possuem o benefício de poder se aposentar com 25 anos contribuição, independentemente de sua idade.

O direito, porém, estará ameaçado se a Reforma da Previdência do governo Temer for aprovada.

Conforme explica o presidente da Fetropar, João Batista da Silva, a proposta da Reforma da Previdência só prevê aposentadoria especial para trabalhadores que comprovarem danos ou prejuízos à saúde provocados pela profissão. “Na prática, com essa Reforma, os brasileiros vão perder direitos, terão que trabalhar durante mais anos e vão receber menos quando se aposentarem”, afirma.

Outras mazelas da Reforma

Atualmente, a Constituição Federal define que existem as aposentadorias por idade e por tempo de contribuição. Se a Reforma for aprovada, a aposentadoria dependerá de uma idade mínima (65 anos para homens e 62 para mulheres), e ninguém mais se aposentaria usando apenas o cálculo do tempo de contribuição. Com isso, não apenas a categoria dos rodoviários perde, mas todas as outras.

Essa idade mínima significaria também um retrocesso enorme na qualidade de vida da população, provocando o aumento das desigualdades, porque em alguns estados brasileiros a estimativa de vida da população masculina é menor que 65 anos.

Os empregados também terão que trabalhar e contribuir por 40 anos para conquistarem a aposentadoria com 100% do valor. No caso de aposentadoria por invalidez, aposentadorias especiais e auxílios, o valor do benefício será reduzido.

 Fonte: Fetropar