Além dos horários de entrega e dos cuidados com a direção, os motoristas rodoviários ficam reféns de outra grande preocupação: o roubo de cargas. Os crimes dessa natureza não param de se proliferar no país. De acordo com uma pesquisa da NCT Logística, houve aumento de 70% no número de roubos de carga de 2013 a 2017.

Os estados que mais registraram o crime nesse período foram Rio de Janeiro e São Paulo, mas a região Sul foi a que teve a maior alta. Em 2014, foram 795 roubos nos três estados da região e, em 2017, 1.440. Os produtos mais visados são alimentos, cigarros e eletroeletrônicos.

Por trás dos números está a realidade dos motoristas rodoviários que convivem com a tensão de passar grande parte do dia nas estradas e vias urbanas do país. A insegurança epidêmica nesses ambientes faz com que seja prudente abordar a questão das condições de trabalho, o que exige das empresas um posicionamento responsável.

Reduzir o número de roubos de carga é uma tarefa complexa e que exige um trabalho integrado do poder público. Isso porque a crise de segurança no Brasil é estimulada por diversos fatores, que vão da infraestrutura das estradas às condições socioeconômicas da população. Mesmo assim, algumas medidas podem ser tomadas para garantir mais segurança aos motoristas rodoviários.

Por parte dos empregadores, o investimento em tecnologias de segurança é uma das maneiras de assegurar a integridade dos trabalhadores. O rastreamento do veículo via GPS e carretas blindadas são algumas das opções. Além disso, um bom trabalho de orientação sobre as condutas que podem ser evitadas contribuem para a segurança dos motoristas.

Para o presidente da Sinttrol, João Batista da Silva, o empregador precisa garantir as orientações de segurança aos trabalhadores. “A empresa deve aconselhar os motoristas a seguirem algumas dicas para evitar certas ocorrências, como não parar em lugares isolados e evitar contar para as pessoas sobre a natureza da carga. Se mesmo assim o roubo acontecer, o patrão deve prestar toda a assistência necessária a esse trabalhador”, afirma.

Fonte: Sinttrol