Refeições balanceadas, ricas em nutrientes, coloridas e feitas a cada três horas. Se essa combinação já é difícil para os trabalhadores que se alimentam em restaurantes ou contam com refeitório no trabalho, ela é ainda mais distante para os motoristas rodoviários. As extensas horas nas estradas e a qualidade dos alimentos comercializados nelas afastam esses trabalhadores de uma alimentação adequada.

Os restaurantes e as lanchonetes que oferecem alimentos saudáveis a preços acessíveis são exceções nas rodovias brasileiras. A maioria dos estabelecimentos oferece pratos com excesso de gordura, frituras e produtos industrializados.

Os trabalhadores ficam praticamente reféns desses produtos, situação que está diretamente ligada às condições de trabalho dos motoristas. Submetidos a jornadas extensas e à falta de estrutura para os intervalos de almoço e descanso, a categoria acaba cedendo a uma alimentação mais prática e, consequentemente, menos saudável.

O problema é que, em médio e longo prazos, a ingestão de alimentos pesados, gordurosos e de difícil digestão provocam sérios danos à saúde do trabalhador. Esse tipo de alimentação está diretamente relacionado com doenças cardiovasculares, diabetes, colesterol alto e ao mau funcionamento do intestino.

Para o presidente da Fetropar, João Batista da Silva, a alimentação do trabalhador vai além de uma questão de “opção” do que comer e deve ser uma preocupação para as empresas e para o poder público.

“Os patrões precisam levar em consideração as características do trabalho dos motoristas, orientá-los e oferecer alternativas para que tenham uma alimentação saudável. Já em relação aos governantes, uma iniciativa possível é o investimento em pontos de parada com a estrutura necessária para garantir alimentação de qualidade aos trabalhadores”, sugere.

Dicas e cuidados

Mesmo com essas dificuldades, a busca pela refeição mais saudável possível é fundamental para o motorista evitar doenças e problemas de saúde.

Nutricionistas apontam que uma refeição saudável precisa ser colorida, ou seja, rica em folhas, hortaliças e legumes. Além disso, carboidratos e proteínas são essenciais para o funcionamento do organismo e são itens quase obrigatórios nos famosos “pratos feitos” brasileiros, aqueles com arroz, feijão e carne.

Mas cuidado: é importante optar sempre por carnes magras, dando preferência às brancas. Produtos embutidos como salame, linguiça e salsicha devem ser evitados.

Já para os intervalos, a orientação é ingerir frutas, barras de cereal, produtos integrais e água. Exagerar no café não é aconselhável. O ideal é tomar no máximo quatro xícaras por dia.

Fonte: Fetropar