A frase “Mulher no volante, perigo constante” já foi substituída por “Mulher no volante, sucesso constante”. Profissão que até algum tempo atrás era dominada pelos homens, ser motorista também se tornou realidade para as mulheres do Brasil. Por serem mais cuidadosas e pacientes no trânsito fazem as empresas apostarem na contratação feminina para cargos de motorista.

Em 8 de março, é celebrado o Dia Internacional da Mulher. A data surgiu para comemorar as conquistas das mulheres em todo o mundo, e o Sinttrol faz questão de homenagear essa vitória feminina, conquistada atrás do volante. Elas estão cada vez mais presentes no mercado de trabalho, e ver mulheres dirigindo ônibus e caminhões já faz parte do nosso cotidiano.

O presidente do Sinttrol, João Batista da Silva, considera a inserção das mulheres no transporte urbano e rodoviário como um avanço social. “Mulheres motoristas marcam um processo de democratização da profissão. Demonstra que, para trabalhar na área que sonha, basta ter dedicação e correr atrás. Não há mais empecilhos de gênero para quem ama o volante”, afirma.

Sonhos maiores

Carros de passeio nunca foram suficientes para ela. O objetivo sempre foi a grandiosidade dos veículos maiores. Elizane Ribeiro tem 28 anos e desde os 12 sonhava com a direção. O carro de seu pai servia como teste, mas nunca supriu a necessidade de Elizane. Sua vontade sempre foi avançar e ter volantes mais desafiadores em suas mãos.

Elizane trabalhou como cobradora na TIL Transportes Coletivos em Londrina e na região metropolitana. Ficou no cargo por apenas 2 anos e decidiu que era hora de seguir para a próxima etapa. Aproveitou o curso de motorista que a própria empresa ofereceu e iniciou sua jornada como motorista de ônibus.

Há 5 anos na profissão, Elizane afirma que o começo foi desafiador. “Sempre sonhei com a direção de grandes veículos, mas o treinamento não foi fácil. Foi sofrido, rígido, mas sempre entendi que era para o meu bem. Em agosto completo mais um ano como motorista e é essa a profissão que me faz feliz”, conta.

Apesar de contar com anos de experiência, a motorista afirma que ainda sofre com preconceito na área. “Os usuários do transporte parecem não ter fé quando enxergam uma mulher no volante, mas isso não me abala. Sigo firme e cada dia melhor como motorista. Nunca sofri discriminação dos meus colegas de profissão e esse suporte é importante na caminhada”, afirma Elizane.

Procura pela área

Cerca de 37 mil condutoras são habilitadas por ano no Paraná. Porém os números indicam que, com o avanço da idade, a procura pela Carteira Nacional de Habilitação (CNH) diminui entre as mulheres. Em 2016, 12 mil documentos foram emitidos para mulheres que têm entre 25 e 34 anos, 5 mil para aquelas de 35 a 44 anos, 2 mil as de 45 a 54 anos e apenas 576 documentos emitidos para mulheres com mais de 55 anos.

Dados divulgados pelo Departamento de Trânsito do Paraná (DETRAN/PR) revelam que, até o início de 2016, o número de mulheres cadastradas como condutoras da categoria D da CNH era de quase 11 mil. O aumento, comparado ao ano anterior, foi de mais de 10%.

No Brasil, para conduzir ônibus com mais de 8 passageiros, é necessário possuir a categoria D da CNH. Além disso, o motorista precisa ter mais de 21 anos e possuir a categoria C da CNH, há pelo menos 1 ano, e a categoria B há mais de 2 anos.

Informações do DETRAN/PR também indicam que as mulheres são mais cuidadosas no trânsito, cometendo menos infrações do que os homens. Em 2016, motoristas do sexo masculino responderam por 74% das infrações cometidas no estado, com 44,6 mil multas. No mesmo período, as mulheres foram responsáveis por 15,7 mil notificações.

Fonte: Sinttrol