As estradas brasileiras apresentam diversos problemas, como a constante falta de manutenção. São muitos fatores que contribuem para a incidência de acidentes. Os motoristas estão expostos a riscos e problemas nos caminhões – em razão das más condições por onde trafegam.

Por ser um país com dimensões continental, milhões de caminhões rodam as regiões para entregar as mais diversas mercadorias. Apesar do alto valor transportado e da importância do transporte rodoviário para a economia brasileira, há pouco investimento para aumentar a segurança nas estradas e, consequentemente, a segurança dos motoristas de caminhão.

Asfalto de péssima qualidade, falta de iluminação, buracos, pontes caídas e sinalizações precárias são motivos de acidentes e, até mesmo, de mortes nas estradas do país. Além disso, mesmo que as estradas estejam em boas condições – o que deveria ser obrigação do Estado –, alguns pesadelos persistem na rotina dos motoristas de caminhão.

Os crimes contra os estradeiros, por exemplo, ainda são comuns. Existem várias modalidades de roubos, que tornam, cada dia mais, perigoso e desafiador o trabalho do caminhoneiro.

Roubo de cargas, de pneus ou de peças são frequentes nas estradas brasileiras. Delitos assim, geralmente são cometidos à noite, e o trabalhador só vai perceber quando já aconteceu.

Além desses problemas, o presidente da Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Paraná (Fetropar), João Batista da Silva, explica que os rodoviários enfrentam outros dilemas. Longe de casa e na falta de conforto na cabine dos veículos, falta espaço adequado para o descanso.

“Os poucos pontos de parada disponíveis, por exemplo, são geralmente os pátios dos postos de combustíveis, onde os motoristas costumam se concentrar como forma de segurança coletiva. Ali, eles fazem as refeições e tomam banhos rápidos”, conta.

Embora exista uma legislação específica que garanta aos trabalhadores o direito aos pontos de repouso, na prática isso não acontece. Não há estrutura adequada nas estradas. Estacionar o caminhão para passar a noite em outros lugares, por exemplo, pode ser difícil e muito perigoso.

Na busca incessante por um posto de parada, muitos motoristas acabam virando a noite. Nessa hora, quem ganha pontos é o descaso, pois para rodar, rodar e rodar, acaba usando os rebites. E quem sai lucrando? Não são os trabalhadores, logicamente.

Fonte: Fetropar