O veículo é o instrumento de trabalho do motorista rodoviário. Como em qualquer outra ocupação, ele precisa estar em boas condições, caso contrário pode oferecer riscos à integridade do trabalhador. Por esse motivos, a renovação e a manutenção da frota devem ser feitas com frequência pelos empregadores.
Os dados, no entanto, apontam que as empresas estão investindo menos nesse item essencial para o trabalho do rodoviário. De acordo com a Pesquisa CNT Perfil dos Caminhoneiros 2019, os caminhões conduzidos por empregados de transportadoras estão mais velhos. A idade média dos veículos passou de 7,5 anos em 2016 para 8,6 anos em 2019.
Os números indicam que as empresas estão renovando as frotas com uma frequência menor, provavelmente para reduzir os custos e aumentar a margem de lucro. Levando em consideração que veículos mais antigos exigem mais manutenção, os rodoviários estão conduzindo uma frota mais desgastada e, consequentemente, menos segura.
A opção das empresas pela não renovação dos veículos, portanto, afeta diretamente a segurança do motorista rodoviário. Além disso, ao não garantir a modernização da frota, os empregadores deixam de oferecer maior conforto e melhores condições de trabalho aos empregados.
Manutenção preventiva
Veículos mais antigos exigem uma série de medidas de prevenção. Os componentes internos, o motor, a injeção eletrônica, os componentes inferiores – como os amortecedores e os pivôs – e outros itens precisam passar por revisão periodicamente. Quanto mais velho for o veículo, maior deverá ser a atenção dada a esses itens.
Existe o receio de que, além de não renovarem as frotas, as empresas estejam negligenciando essas manutenções, deixando os funcionários expostos a situações de risco.
Para o presidente do Sinttrol, João Batista da Silva, a renovação das frotas deve ser uma preocupação central para as empresas, já que elas são responsáveis pela segurança e pela vida do trabalhador.
“Para lucrar mais, muitos empregadores ignoram a necessidade de renovação da frota. Se esse comportamento continuar, em poucos anos os veículos estarão em uma situação ainda pior. É sempre importante ressaltar que a vida e a segurança dos trabalhadores precisam estar acima dos interesses corporativos dos patrões”, ressalta.
Fonte: Sinttrol