Com o objetivo de cumprir prazos apertados e dirigir por várias horas seguidas, sem parar, muitos motoristas fazem uso de uma droga conhecida como “rebite” ou “bolinha”. O rebite é constituído por anfetaminas e seus derivados e vendido em farmácias com vários nomes comerciais diferentes. Mas é um medicamento que necessita de receita médica, prescrito geralmente como moderador de apetite.

“Com rodovias mal conservadas e construídas sem preocupação com segurança, os motoristas rodam em um sistema rodoviário arcaico. Soma-se a esse aspecto as longas jornadas de trabalho sob pressão para não estourar prazos determinados, que forçam os motoristas ficarem ligados por mais tempo”, afirma o presidente da Fetropar, João Batista da Silva.

João Batista, contudo, critica o uso e a venda ilegal da substância e indica que o caminho para que os condutores deixem de utilizar a droga é que as empresas cumpram com os limites de horas de trabalho, além da melhoria das condições da profissão. “Todo trabalhador deve ter o direito a condições decentes e dignas de trabalho”, ressalta.

Efeitos do rebite

O rebite é um estimulante do sistema nervoso central que funciona aumentando a atividade cerebral, fazendo com que a pessoa consiga desempenhar qualquer prática por mais tempo. Além disso, retira a sensação de sono e reduz a fadiga. A substância, se usada em doses grandes e com frequência, pode causar dependência e acarretar um ciclo vicioso perigoso.

Doses abundantes produzem uma série de sensações no cérebro, prejudicando os reflexos, fator responsável pela maioria dos acidentes nas vias. Os efeitos colaterais no corpo causam dor de cabeça, perda de peso, aumento dos batimentos cardíacos e da pressão arterial, visão desfocada, confusão, boca seca, gastrite, desnutrição, ansiedade, entre outras reações.

Quando o motorista já não consegue deixar de usar rebite para dirigir, os efeitos são ainda mais preocupantes. Sensação de pânico, depressão, paranoia, irritabilidade, impotência sexual, redução da libido, síndrome de perseguição e outros problemas são relacionados ao uso da droga.

Fonte: Fetropar