Na quinta-feira (17) e na sexta-feira (18), dirigentes dos sindicatos filiados participaram do 19º Seminário de Negociações Coletivas da Fetropar, em Curitiba-PR, para tratar de temas sensíveis à categoria.

O evento expôs a realidade: desde a Reforma Trabalhista do governo Michel Temer, a legislação deixou os trabalhadores muito mais fragilizados. Além disso, narrativas mentirosas para atacar as entidades sindicais e a suspensão temporária da contribuição sindical via desconto em folha trouxeram mais dificuldade para manter a luta por direitos.

Durante as boas-vindas, o presidente da Fetropar, Moacir Ribas, animou os presentes a permanecerem na luta: “A dificuldade está a nossa frente e cabe somente a nós resolvê-la. Já passamos por dificuldades em outros anos e venceremos esta também”, declarou.

A programação do primeiro dia do evento foi dividida em:

Mesa expositiva

Para tratar da conjuntura atual do movimento sindical, o desembargador do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 9ª Região, Eliazer Antonio Medeiros, e o procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT) da 9ª Região, Alberto Emiliano, expuseram suas ideias sobre o modelo de atuação e custeio sindical a ser defendido perante os tribunais e junto ao Congresso Nacional.

Para Medeiros, a relação entre entidades e Justiça do Trabalho deve se pautar sempre no diálogo e prezar a negociação. O desembargador também orientou os sindicatos a não se tornarem “clubes de benefícios”, mas cumprirem seu dever assistencial aos trabalhadores.

O presidente da Fetropar lembrou aos participantes que a função da taxa de reversão salarial não é a manutenção dos sindicatos, mas sim capacitar os filiados e lhes oferecer benefícios para que se aprimorem: “O que mantém uma entidade é a contribuição do trabalhador, e para isso devemos abrir mais sindicalizações, filiar mais pessoas”, afirmou.

Conversa

Desde que as funções do Ministério do Trabalho foram incorporadas às pastas de Cidadania, Economia e Justiça do atual Governo Federal, há muitas dúvidas sobre o papel da Justiça do Trabalho. Para esclarecê-las, Wanda Camargo, do Núcleo de Relações do Trabalho do Paraná, mediou um bate-papo sobre o novo processo de peticionamento eletrônico e registro sindical.

Os sindicalistas aprenderam o passo a passo online para contatar o Órgão. A mediadora afirmou que, por enquanto, as mudanças não trouxeram perdas de direitos a trabalhadores, empregadores e entidades.

 

Dieese

O economista Sandro Silva, supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) do Paraná, trouxe as considerações sobre as negociações coletivas da Federação.

Foram analisados relatórios das Convenções Coletivas de Trabalho (CCTs) e dos Acordos Coletivos de Trabalho (ACTs). A partir disso, foram comparados os aumentos reais, os reajustes e os pisos salariais destes CCTs e ACTs. Por fim, o Dieese expôs o balanço das convenções e dos acordos.

Segundo Sandro Silva, a econômica brasileira não conseguiu retomar seu crescimento, o Produto Interno Bruto (PIB) está em queda e a média mundial está desacelerando. Apesar do cenário, as perspectivas do Dieese são mais animadoras para 2020. Como desafios, sinalizou: a conquista do aumento real, a manutenção das cláusulas das ACTs e CCTs, e a minimização dos impactos negativos da Reforma Trabalhista.

Rol de Reivindicações

Diante dos desafios expostos no seminário, os sindicalistas construíram um documento que servirá de orientação para as negociações dos rodoviários de todo o estado no próximo período. Os dirigentes também levantaram as necessidades e direitos não atendidos.

Definidos, os pontos foram aprovados no último dia do evento (18), na Assembleia do Conselho de Representantes.

 

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Fonte: Fetropar