Em 27 e 28 de março, o Sinttrol esteve presente no Seminário Nacional: desafios e perspectiva da previdência social no Brasil. No evento, também participaram dirigentes sindicais do Paraná e de outros estados, que debateram as principais mudanças na aposentadoria propostas pela Reforma da Previdência do governo de Michel Temer.

Caso o projeto seja aprovado, os trabalhadores só conseguirão se aposentar aos 65 anos. Além disso, o tempo mínimo de contribuição subirá de 15 para 25 anos, mas só dará direito a 76% do benefício. Quem quiser se aposentar com 100%, terá que contribuir por 49 anos. A medida também prevê que não haverá mais distinção entre homens e mulheres ou trabalhadores rurais e urbanos.

Para o presidente do Sinttrol, João Batista da Silva, o seminário serviu para qualificação e preparo dos dirigentes sindicais para os desafios do movimento sindical frente à proposta do governo. “É importante que todos saiam daqui bem-informados e prontos para transmitir tudo que aprenderam para os trabalhadores de cada região. Juntos, lutaremos contra essa reforma”, afirmou.

Palestras e discussões

No segundo dia do Seminário, realizado nesta terça-feira (28), o diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antônio Augusto de Queiroz, falou sobre os reais impactos da Reforma da Previdência na vida do trabalhador. Ele acredita que os protestos contra a medida são importantes, mas precisam ir além.

“Ir para a rua, mobilizar muita gente e protestar é importante. Mas precisamos ir mais longe. É preciso mapear todos os políticos que votarão nessa reforma, pressioná-los e mostrar que vamos nos lembrar de todos os votos a favor da retirada de direitos do trabalhador. Eles precisam saber que, nas próximas eleições, não votaremos em quem ajudar na aprovação dessa medida”, orientou.

No período da tarde, a professora de pós-graduação em Direito Empresarial e em Direito do Trabalho Previdenciário da Univali/SC Cláudia Vilela informou aos participantes sobre os retrocessos causados pela Reforma da Previdência. Ela acredita que essa medida resultará na extinção da aposentadoria no país.

“Como a idade para aposentadoria irá aumentar conforme o aumento da expectativa de vida do brasileiro, vamos trabalhar cada vez mais sem garantias de que realmente conquistaremos esse direito. Além disso, o governo pretende manter trabalhadores de mais idade no mercado, mas não cria nenhuma medida que irá garantir emprego para todas essas pessoas”, afirmou.

Para finalizar o evento, os dirigentes sindicais debateram sobre as próximas ações que serão realizadas para protestar contra a Reforma da Previdência. Na discussão, a pressão aos deputados que votarão para a aprovação da medida foi uma das medidas definidas entre os sindicatos. Além disso, uma nova paralisação em 28 de abril foi marcada . A ideia é seguir o modelo do protesto do dia 15, com a paralisação das atividades de todos os trabalhadores.

Fonte: Sinttrol