Os rodoviários que trabalham com transporte de cargas conhecem bem o receio de passar por uma situação de perigo na estrada.  O medo não é infundado. O Brasil aparece na 6ª posição do ranking de países mais perigosos para exercer a função, segundo um levantamento realizado pelo Joint Cargo Committee — uma entidade que representa o setor no Reino Unido. O estudo analisou os dados de 57 nações.

A análise dos números no Paraná confirma a gravidade da situação. Em 2018, só na região dos Campos Gerais do estado, o número de roubos de carga foi quatro vezes maior em relação a 2017, de acordo com dados da Polícia Militar.

A situação também se reflete nas estradas de todo o país. Em 2018, houve um aumento de 160% nos casos de roubo de carga em Piracicaba, no interior de São Paulo, em relação a 2017, de acordo com a Secretaria Pública do estado. Já no Rio de Janeiro, houve um aumento de 497% nas ocorrências registradas nos meses de fevereiro e junho.

Para o presidente da Fetropar, João Batista da Silva, os dados são um retrato do descaso do poder público com o setor.

“A situação é um reflexo direto da falta de políticas públicas para garantir a segurança dos rodoviários que transportam cargas. Uma das principais pautas das entidades sindicais que representam a categoria é cobrar as autoridades para que observem a questão com a atenção devida e implantem soluções efetivas para o problema”, explica João Batista.

Possíveis soluções

O debate sobre segurança no transporte de cargas e a integridade física dos trabalhadores que atuam na área tem sido adiado há anos pelas autoridades. Apesar da criação de algumas iniciativas pontuais para reduzir os roubos, há uma demanda urgente para que o Congresso Nacional desenvolva uma discussão aprofundada, incluindo o diálogo direto com as entidades que representam a categoria.

As empresas também precisam assumir a responsabilidade sobre a segurança dos rodoviários. Com os avanços tecnológicos e logísticos, é possível adotar várias medidas de proteção, como o rastreamento via GPS, a adoção de uma central interligada de comunicação e o posicionamento de vigilantes dentro do veículo.

Trabalhadores que sintam que estão expostos a situações de risco e percebam que os empregadores não estão tomando providências sobre o problema, também devem levar a questão até o sindicato que os representa. Para acessar a lista completa de entidades sindicais vinculadas à Fetropar, clique aqui.

Fonte: Fetropar