A revisão do contrato de pedágio da concessionária Ecocataratas – que administra um trecho da BR-277 de Guarapuava a Foz do Iguaçu – identificou um desequilíbrio que resultará em uma obra adicional na rodovia. Será feita a duplicação de 9,4 quilômetros, entre os trevos Cataratas e São João, em Cascavel. O orçamento do projeto ainda não foi concluído, mas a estimativa inicial indica valores entre R$ 100 milhões e R$ 130 milhões. A obra deve ser autorizada em maio e levará até três anos para ser finalizada.
Além da nova pista dupla, também estão previstos quatro viadutos, um trevo em desnível, trincheiras e marginais. São as chamadas obras de arte, que encarecem o projeto. Duplicações na região de Cascavel são reivindicações antigas. Pelo trecho passam cerca de 35 mil veículos por dia. Além de muitos acidentes, a pista simples naquele ponto da rodovia representa um dos principais gargalos logísticos do Paraná (veja os detalhes no mapa).
A obra foi anunciada pelo governador Beto Richa, durante visita ao Show Rural, em Cascavel, na quarta-feira (03). Ele afirmou que a duplicação não representaria aumento de tarifa e seria custeada por “receitas acessórias”. A Gazeta do Povoapurou que o novo trecho é resultado da revisão de contrato, que indicou, por exemplo, que a remuneração por manutenção e operação da rodovia não estava proporcional ao volume de obras realizado. A negociação de revisão do contrato vem sendo feita há quatro anos. Cada obra foi reavaliada, assim como as demais despesas e os dados financeiros.
A intenção do governo era anunciar a obra no ano passado, mas mudanças na composição societária do Ecocataratas atrasaram o fechamento do acordo. “Os novos sócios, italianos, quiseram rever todos os contratos o que atrasou os projetos”, disse o governador.
Concessionária reconhece “pendência”
O diretor-presidente da Ecocataratas, Evandro Vianna, confirmou que há um desequilíbrio no contrato e que “parte da pendência será paga com a obra de duplicação”. Ele conta que, como se trata de um segmento urbano, a obra é mais complexa e demorada. Não haveria muitas desapropriações de terra a serem feitas no trecho, mas a duplicação ainda depende de licença ambiental. Em entrevista à Gazeta do Povo, Vianna disse que os detalhes da revisão de contrato devem ser acertados em reunião depois do carnaval.
Nos últimos anos, duas outras duplicações extras foram anunciadas no trecho da Ecocataratas. Mas renderam aumento adicional de tarifa. Em 2011, foi autorizada a duplicação de 14,4 quilômetros entre Matelândia e Medianeira, na Região Oeste, resultando em mais 7,64% nos valores pagos pelos motoristas. Em 2013, mais uma duplicação – desta vez de cinco quilômetros, no mesmo trecho da rodovia – foi incluída entre as obrigações da concessionária, elevando a tarifa em 4,1%.
Fonte: Gazeta do Povo