O transporte público no Brasil é alvo frequente de críticas feitas por especialistas e usuários. Somente quem convive diariamente com o serviço sabe da necessidade de melhorias no sistema. E quando se fala de melhorias, não se pode deixar de lado os profissionais dessa área.

Os motoristas de ônibus, por exemplo, enfrentam diariamente o ruído do trânsito, trabalham, muitas vezes, em veículos ultrapassados, não dormem direito e precisam lidar com o estresse da profissão.

O exercício da profissão, nas atuais condições, é extremamente prejudicial à qualidade de vida do profissional, e pode gerar problemas físicos e mentais.

Dentre esses problemas, podemos citar o mal súbito ao volante. As condições de trabalho da categoria, principalmente por causa do estresse, contribuem para o surgimento da pressão alta, que é um dos agravantes do mal súbito.

É comum que muitos motoristas se envolvam em acidentes graves e, após o ocorrido, não se lembrem de como tudo aquilo aconteceu. Ao retomarem a consciência, alguns ficam surpresos com a dimensão do acidente.

Existem muitos fatores responsáveis por acontecimentos desse tipo, como o consumo de bebida alcoólica ou drogas, sono e doenças preexistentes, como diabetes, pressão alta e obesidade.

De maneira inesperada e repentina, o mal súbito – como o próprio nome já sugere – pode se manifestar por meio de desmaios por causa do calor excessivo, da falta de alimentação ou da queda de pressão. Em casos mais graves, pode surgir como um acidente vascular cerebral ou, até mesmo, um infarto.

Além de ser um problema por si só, o mal súbito acaba se tornando uma das causas de acidentes nas ruas. É o que mostra um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que demonstrou que 23% dos acidentes automobilísticos estão relacionados aos problemas de saúde, superando, até mesmo, o número de mortes por tumores e por causas externas.

Para prevenir esse mal, assim como demais doenças, o presidente da Fetropar, Moacir Ribas Czeck, explica que as empresas precisam garantir as condições adequadas de trabalho para os empregados.

“Cabe ao empregador oferecer condições adequadas de trabalho aos funcionários, priorizando a qualidade de vida deles. Ações como a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (SIPAT) orientam sobre os cuidados que os motoristas devem tomar. Ao mesmo tempo, a empresa não deve impor jornadas excessivas de trabalho”, explica.

 

Fonte: FETROPAR