Um relatório divulgado recentemente pelo Observatório do Clima, entidade administrada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e outras instituições, mostrou que os caminhões foram a principal fonte emissora de poluentes no país em 2017 dentro do setor de energia. Os veículos lançaram 84,5 milhões de toneladas de gás carbônico no ano passado — cerca de 30 milhões a mais do que todas as usinas termelétricas do país somadas.

O gás carbônico é a substância que mais contribui para o agravamento do efeito estufa e, consequentemente, para mudanças climáticas e problemas ambientais.  Os números atingidos pela frota de caminhões no Brasil são quatro vezes maiores do que os atingidos por países inteiros, como a Noruega.

O relatório também aponta as modalidades de transporte que mais emitiram poluentes em 2016. No segmento rodoviário, o transporte de cargas foi responsável por 39% das emissões do setor. O segundo colocado no ranking é o transporte de passageiros, com 19,7%.

Resolvendo o problema

Estudos indicam que o principal caminho para reduzir a emissão de poluentes no transporte rodoviário é a chamada descarbonização. Como a palavra sugere, a tática consiste na redução da emissão de gás carbônico pelos veículos, que pode acontecer a partir do uso de alternativas aos combustíveis fósseis.

Especialistas defendem que a solução ideal seria a eletrificação do sistema, que seria baseada na adoção de frotas elétricas. No entanto, essa é uma solução a ser aplicada em longo prazo. Até lá, as empresas podem se empenhar em utilizar combustíveis sustentáveis, como biocombustível e etanol celulósico.

Na opinião do presidente do Sinttrol, João Batista da Silva, os empresários precisam começar a se preocupar com o meio ambiente e com a saúde dos trabalhadores e optar por veículos movidos a substâncias menos perigosas para a natureza e a população.

“Uma vez que o transporte rodoviário aparece entre os principais agentes poluentes do país, as empresas se tornam parte do problema e pensar em opções mais sustentáveis. É preciso que haja um investimento urgente na modernização da frota”, defende João Batista.

Fonte: Sinttrol