O senador Roberto Requião (PMDB-PR) criticou a proposta de emenda à Constituição que limita os gastos públicos por 20 anos. Requião disse que a proposta significa a mudança de orientação econômica do país e o abandono de décadas de construção do Estado social. Ele afirmou que o novo governo quer favorecer o mercado e os especuladores.

Requião contestou os argumentos do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a favor da aprovação da PEC 55/2016. Ele afirmou que o aumento da confiança esperado pelo ministro é falso, e citou o momento de instabilidade política que o país vive por conta da Operação Lava-Jato, que compromete lideranças partidárias e membros do governo.

Para o senador, a confiança empresarial viria do crescimento econômico e isso não vai ocorrer se os consumidores não tiverem emprego e renda. Em sua visão, não haverá retomada dos investimentos privados com a economia em depressão e, para haver crescimento, a política adotada teria que ser oposta à da PEC, com aumento dos gastos.

– Não há a mais remota possibilidade de algum crescimento econômico resultar de um regime fiscal de congelamento de gastos correntes e de investimento. Crescimento econômico, numa situação de depressão como a que estamos, exige ampliação de gastos fiscais, sejam gastos correntes, sejam investimentos – afirmou o senador.

Requião também apontou como falsa a alegação do ministro da Fazenda de que haverá queda de juros porque a taxa básica de juros, a Selic, não é influenciada pelas medidas, e sim determinada pelo Comitê de Política Monetária Econômica do Banco Central.

 

Fonte: Agência Senado